Nos idos do ano de dois mil e treze (2013), a cidade de Porto Velho/RO, recebeu a implantação do maior “condomínio” popular da cidade, para atender às necessidades de pessoas com “baixa” renda, patrocinada a construção com dinheiro público, oriundos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador e outros programas do Governo Federal. Claro, a euforia popular não poderia ser outra, diante da perspectiva da tão sonhada “casa própria”, ledo engano.
Tudo estaria muito bom, muito legal, se não fossem as “idas” e “vindas” no recebimento de tais imóveis/moradias, isso, em razão da demora, da falta de planejamento do Governo Federal, estadual e, inclusive municipal, que pouco participaram dos eventos na construção das casas/apartamentos, deixando de ali incluir as suas necessidades de atendimento a população que ali iria se instalar. Início de obras autorizada, terraplanagem, início das construções, dinheiro a “rodo” rolou para todos os lados e, de vento em popa, se construíram três mil, setecentos e quarenta e quatro (3.744) apartamentos e mais duzentos e cinquenta e seis (256) casas (térreas), para atendimento de idosos e pessoas com deficiências.
Sem sombra de qualquer dúvida, esse projeto das moradias próprias vem ao encontro da população de nossa capital, que de acordo com o governador do estado a época, o deficit habitacional beirava os mais de vinte mil (20.000) moradias. Construção a todo vapor, a Caixa Econômica liberando dinheiro a vontade para construtoras e demais envolvidos no empreendimento, que maravilha, gerando empregos, renda e melhorando a autoestima das pessoas, fantástico!. Novamente, ledo engano.
Pois bem, obras terminadas, ninguém falou nada, ninguém observou nada do que estava no projeto e os imóveis começaram a serem entregues as famílias “sorteadas”, quem foi atendido primeiro, os “alagados” e “invasores” de imóveis de terceiros, pela cidade afora, na realidade, quem realmente precisava novamente ficou de fora do programa. Viu-se ainda, pessoas com carros de luxo, com renda bem superior ao especificado no atendimento do “programa”, falta de POSTOS DE SAÚDE, de ESCOLAS, de outros benefícios essenciais ao convívio social, inclusive o saneamento básico.
Uma coisa é certa, ninguém até hoje conseguiu explicar a razão de as obras serem entregues a população sem a infraestrutura necessária a moradia das pessoas que necessitam de uma residência digna e com condições de habitabilidade. Até ai, bem, até ai as coisas ainda estão caminhando, meio fraco das pernas más estão, como se diz no popular “caminhando a meia boca”. Como se não bastasse, nas coisas boas quando vem, fatalmente, acompanham as coisas “ruins” ou menos “boas”, com as mudanças, as pessoas trouxeram os seus hábitos e culturas dos lugares onde residiam, inclusive, na contramão da história, vieram também os problemas sociais, tipo a “BANDIDAGEM”, más não aquela “bandidagem” aceitável, aquela que existe no seio de qualquer sociedade, em qualquer lugar do planeta, nosso país é o país do “jeitinho” e o país da “IMPUNIDADE”, isso facilita muito os “escambos”, negociatas e contravenções que tanto denigrem os nossos sucedidos e atuais governantes, com raríssimas exceções Brasil afora.
Pois bem, foram entregues uma boa quantidade de residências e outras ficaram para serem “negociadas” e distribuídas posteriormente, em ocasiões mais “oportunas”, mais claramente, próximo a alguma das eleições, nesse “interstício” temporal, claro, vendo o descaso e abandono com que é tratada a coisa pública, as nossas famosas “FACÇÕES” criminais, do verdadeiro CRIME ORGANIZADO, passaram a tomar “de conta” dos imóveis ainda não habitados, pela leniência dos responsáveis pela entrega das mesmas. Ali, os “bons meninos” do crime viram a grande oportunidade de se darem bem na “empreitada” de tomarem conta das casas e apartamentos vagos e, pior ainda, quando de seus “interesses”, botarem para fora de suas casas, sob o feito de ameaças de morte e outros eventos que somente eles sabem e são capazes de executar, deixando famílias e mais famílias ao relento e ao “deus Dará”, sem que as autoridades tomem as devidas providências, até mesmo por falta de material humano, planejamento e pasmem, em uma “CIDADE”, pois ali residem mais pessoas que em certas cidades de Rondônia e, a localidade sequer tem um posto policial, uma delegacia ou coisa que o valha.
Então fica a pergunta de chamada desta nossa matéria de hoje: BENEFÍCIO DE MORADIA OU CONDOMÍNIO
PARA A “MALANDRAGEM”?
Com a resposta (se é que as tem) as nossas autoridades constituídas.
Fonte:
Pedro Francisco
Jornalista 1.297-RO/BR
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